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BONS TEMPOS, VELHOS TEMPOS

 

Ainda há poucos dias eu, o Alberto e o Dr. Erlindo Salzano falávamos do nosso tempo de criança aqui vividos.

Matávamos a saudade do nosso tempo de meninice: do Porto Ferreira pequenininho, das antigas famílias que aqui residiam e de algumas que ainda residem, da gostosa água do Tanque, das antigas festas do Padroeiro, da nossa velha Igreja de São Sebastião, da rivalidade dos cinemas Condor e União, das poeirentas ruas do tempo das secas e das lamacentas ruas do tempo das chuvas.

Dos suntuosos bailes, das bandas de música, das fervorosas partidas de futebol do Porto Ferreira Futebol Clube, das boas companhias de teatro que aqui aportavam todos os anos. Das agradáveis reuniões das famílias, que aconteciam todas as tardes em frente às casas dos moradores mais comunicativos de cada quarteirão. Porto Ferreira parecia ser uma só família!...

Hoje Porto Ferreira é grande e populoso.

Tanta gente boa veio para cá. O seu horizonte se ampliou.

Como antigos filhos desta terra, olhamos um para o outro e os nossos olhares disseram: não sei qual é o melhor: se o Portinho do nosso tempo de criança ou o nosso Porto de agora pelo qual tanto lutamos, pelo seu desenvolvimento.

A vida é uma eterna incoerência.

CASAMENTO A ANTIGA

Antigamente os casamentos eram realizados de forma que a noiva lindamente vestida (véu e grinalda) saía da casa dos pais de braço dado com o padrinho e acompanhada por uma longa fila de convidados. Caminhavam a pé pelas calçadas até chegar à Igreja. Terminada a cerimônia religiosa, regressavam da mesma forma até o local das festividades, desta feita de braço dado com seu marido.

O primeiro casamento levado a efeito em Porto Ferreira em que os noivos foram transportados em automóveis, foi o de dona Rosa Fares com o Sr. Gonçalo Carlos no dia 21 de Fevereiro de 1924. O cortejo compunha-se de três carros: um do Dr. Carlindo Valeriani, conduzido pelo Sr. Ignácio de Almeida (Inacinho) o outro do Sr. Francisco Silva, de Santa Rita do Passa Quatro e o terceiro do Sr. Felipe Boller, de Pirassununga.

Bons tempos, velhos tempos.

CAVALHADA

A última cavalhada levada a efeito em Porto Ferreira, deu-se em 26 de Junho de 1922. Foi realizada no campo de futebol do P.F.F.C. O campo estava localizado no quarteirão onde atualmente é inteiramente ocupado pelo hospital Dona Balbina.

A princesa foi Srta. Etelvina Pettine e o príncipe foi o sr. José Miziara (de saudosa memória).

Bons tempos, velhos tempos.

INTRANSIGENTES RIVAIS

Os antigos freqüentadores do cinema Condor (teatro São Lourenço) devem recordar destes versinhos:

O Trajano no violão

O Carioca no violino,

Uma flauta toca o Etore,

A outra toca o Dino.

Fala, fala meu Louro,

Emissário do diabo.

Deixa a vida alheia

Macaco olha teu rabo."

No tempo do cinema mudo, durante a exibição dos filmes, eles eram acompanhados pelos acordes musicais de um pequeno grupo de músicos que recebia o nome de Orquestra. Cada cinema tinha a sua Orquestra.

A rivalidade entre os dois cinemas (União e Condor) aqui existente,trazia essas "alfinetadas" de ambos os lados.

Trajano era uma pessoa muito popular em Porto Ferreira; Carioca era apelido do Tonico Rodrigues; Etore,referia-se a Etore Mutinelli Sobrinho e Dino, era o Bernardino Iatauro. Todos já falecidos e de saudosa memória.

Bons tempos, velhos tempos.

João Teixeira,

Conversando...

Jornal do Porto - 14/09/1985
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