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Dr. Carlindo Valeriani

 

Filho de pai italiano (Sócrates Valeriani) e mãe brasileira (Maria Neto Valeriani), nasceu no Rio de Janeiro, em 29 de maio de 1.874. Aos sete anos de idade, já iniciado nos estudos escolares, o menino Carlindo, influenciado pelos dotes musicais de seus pais, passou a interessar-se pelo violino, instrumento que cultivou até avançada idade. Fez o curso secundário no Colégio Pedro II e diplomou-se na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro aos 23 anos de idade. Em março de 1.897, poucos meses depois de diplomado, veio clinicar em nossa terra, por indicação de João Rangel, farmacêutico aqui radicado e que possuia amigos na então Capital da República.

Dr. Carlindo Valeriani Intendente 1903

Porto Ferreira era uma pequena mas florescente vila, cujo extraordinário ritmo de progresso e desenvolvimento era alimentado pelas atividades da navegação fluvial e pela estrada de ferro que, em conexão, transportavam, principalmente, a maior riqueza do País - o café. Mas, ao lado desse vertiginoso crescimento e como que desejando freá-lo, Porto Ferreira era assolada por algumas doenças: a febre amarela, a varíola (bexiga) e, endemicamente, a malaria. Não será preciso dizer que o jovem médico Carlindo Valeriani aqui encontrou enorme campo para suas atividades profissionais. Cuidando dos doentes, receitando e aconselhando medidas preventivas e higiênicas, Carlindo Valeriani exerceu grande influência no bem estar da população ferreirense, motivo pelo qual logo se tornou querido e respeitado, mesmo tendo contra si preconceitos fluidos da ignorância popular, que tinham como aliada valiosa a pouca idade do jovem facultativo. O trabalho incessante e as tertúlias musicais nas quais se infiltrara amistosamente, para gáudio de todos, nas fazendas e em casas de famílias amigas, ajudaram-no a esquecer sua querida terra natal, para onde chegou a ir quatorze vezes em um ano.


Em 1.901 casou-se com Anésia de Góes, com a qual teve os filhos Maria da Glória, Álvaro, Marietta, Plínio, Flora e Antonieta. Por essa época transferiu-se para São Paulo, para trabalhar no Instituto Butantan, a convite de seu fundador, o cientista Vital Brasil, de quem era amigo e contemporâneo de faculdade. Em 1.903, ei-lo de volta a Porto Ferreira, onde foi eleito Vereador, e, em seguida, Intendente da Câmara Municipal. Aliás, Dr. Carlindo Valeriani foi o cidadão que, por maior número de vezes e em situações políticas diversas, exerceu a Chefia do Executivo Ferreirense: em 1.903, como Intendente; em 1.931, como Prefeito nomeado pela Revolução vitoriosa do ano anterior; em 1.936, eleito pela Câmara Municipal e confirmado no cargo em 1.937, na vigência do Estado Novo, implantado por Getúlio Vargas. Quando Prefeito, em 1.931, um de seus primeiros atos foi retirar as placas contendo seu nome, de uma das ruas da Cidade, porque era contrário à designação de vias públicas com nomes de pessoas vivas. Depois de seu falecimento, ocorrido no dia 18 de novembro de 1.938, em razão de campanha promovida por seus amigos, o Governo Municipal da época, novamente decretou que uma rua a que conhecemos hoje recebesse seu nome. É interessante também registrar que, devido a medidas saneadoras que tomou como Prefeito, a arrecadação municipal do ano de 1.931 dobrou de valor.

Durante algum tempo exerceu suas atividades fora de Porto Ferreira, designado pelo Serviço de Saúde do Estado para integrar comissões médicas encarregadas de debelar epidemias de febre amarela e peste bubônica em algumas cidades do Vale do Paraíba, em Pirassununga e Descalvado. Em 1.916, sua contribuição para que a cidade fosse dotada de captação de águas servidas (esgotos), foi sensível. Também graças à sua interferência junto ao Senador Coronel Procópio de Araújo Carvalho, foi possível a construção do Hospital "Dona Balbina", inaugurado no dia 31 de março de 1.924, cujas obras, inteiramente custeadas por aquele seu amigo, foram por ele dirigidas. Concomitantemente, foi Diretor Clínico e Provedor da Irmandade de Misericórdia, mantenedora do Hospital, cargos que exerceu até 18 de novembro de 1938 data de seu falecimento.

No ano de 1.918, foi nomeado médico da Sociedade Beneficente dos Empregados da Companhia Paulista de Estradas de Ferro. Foi proprietário do primeiro automóvel (1911) e do primeiro rádio-receptor da cidade (1925).
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